Lucas Henrique A. Costa

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Os Incríveis Lisossomos

Os Lisossomos possuem uma grande variedade de hidrolases ácidas, capazes de degradar quase todos os conteúdos celulares. As suas enzimas são glicoproteínas provenientes do Complexo de Golgi, que saem da sua face trans em vesículas específicas, ainda bem que essas enzimas são empacotadas impedindo a lise indiscriminada dos conteúdos celulares.
Os lisossomos estão envolvidos em processos de autofagia e heterofagia. A fagia é um termo ecológico ou comportamental usado para identificar sistemas particulares de nutrição ou conduta de alimentação.
A Autofagia inicia-se quando uma porção do Retículo Endoplasmático envolve uma organela que deve ser destruída, formando uma vesícula em seu redor. Esta vesícula é posteriormente acidificada e funde-se depois com um lisossomo primário, que inicia a degradação (autolisossomo). Com efeito, regendo-se o funcionamento da célula, por rigorosos princípios de economia que não autorizam o desperdício de recursos, as estruturas envelhecidas ou desajustadas das necessidades, são eliminadas e os seus componentes, recuperados e utilizados na síntese de novas moléculas ou na edificação de novas estruturas. A célula mobiliza, para esta reciclagem de materiais, mecanismos idênticos aos que emprega para digerir as substâncias “importadas”.
A Heterofagia constitui um dos mecanismos celulares de captação de matéria, quando esta se encontra em condições físicas incompatíveis com os mecanismos de transporte transmembranar. Na heterofagia, os lisossomos fundem-se com endossomos (provenientes da endocitose) ou fagossomos (provenientes da fagocitose).  Algumas células são capazes de exocitar lisossomos para destruir componentes extracelulares, p. ex. na formação de tecido ósseo, em que é necessário eliminar primeiro as células ósseas antigas.

Atrofia: Uma problemática Sócio-Patológica


Sem enrolar muito, a Hipotrofia ou atrofia como é normalmente conhecida é uma diminuição adquirida do volume de um órgão ou tecido normalmente desenvolvido, através da redução no número,  ou no volume das células, ou ambos. A atrofia é uma forma de resposta adaptativa da célula a novas condições impostas pelo corpo. Sua função é reduzir a demanda energética da célula, isto é particularmente útil em casos de privação de nutrientes como por exemplo.
A atrofia é derivada de vários fatores, nesse pequeno resumo abordarei apenas um, que é de interesse Social e Patológico que apresenta como fator de causa a Inanição ou Privação de Nutrientes.
A alimentação pobre ou cessação total (Desnutrição Crônica) de nutrientes básicos (lipídios, carboidratos e proteínas) à vida durante períodos longos, resulta em atrofia não só apenas muscular como é muito conhecida, mas também de todos os tecidos do corpo.


Meninos Africanos - Em estado de caquexia

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Esteatonecrose e Necrofanerose

Esteatonecrose:

Necrose do tecido adiposo, mais comum na pele (hipoderme), mama, retroperitônio. Lesões traumáticas, isquêmicas ou químicas podem levar à ruptura de células adiposas. O exemplo mais observado é na Pancreatite Aguda. A ação de lipases pancreáticas libera ácidos graxos dos triglicerídeos e estes reagem com íons Ca++ dos líquidos intersticiais formando sabões insolúveis de cálcio, que têm aspecto semelhante à cera de vela. Os próprios ácidos graxos livres e as enzimas pancreáticas são lesivos às células vizinhas intactas, favorecendo a disseminação da necrose.

Necrofanerose:

Aparecimento das características morfológicas da necrose no tecido (ou seja, picnose nuclear, eosinofilia do citoplasma). Notar que necrose é o evento fisiológico da parada de funcionamento da célula como máquina organizada. Outra coisa são as modificações estruturais da célula, tecido ou órgão observáveis com métodos morfológicos (observação direta, microscópio óptico ou eletrônico). O tempo para necrofanerose varia com o tipo de tecido, temperatura, circunstâncias metabólicas e o método de observação empregado. P. ex., ao microscópio óptico, o tempo para necrofanerose é tipicamente de 6 horas. Com o microscópio eletrônico, alterações irreversíveis (ruptura da membrana celular, degeneração das mitocôndrias), são demonstráveis já minutos após a necrose.

Degeneração Hialina

A Cartilagem Hialina é um tipo de tecido cartilagíneo cuja substância fundamental, de aparência amorfa, é muito resistente e elástica. A cartilagem hialina é a mais abundante dos tecidos cartilagíneos. Constitui o anel da traquéia e dos brônquios, assim como as partes cartilagíneas do nariz e das costelas, e recobre as superfícies ósseas ao nível das articulações (joelho, cotovelo, punho, etc.).
Existe um processo patológico chamado ''degeneração'' que ocorre devido a o depósito de proteínas dentro da célula que conferem a ela um aspecto róseo (eosinofílico). Essa Degeneração resulta da ação de substâncias irritantes. Ela pode ser separada em dois tipos:
- Degeneração Hialina Extracelular: atinge o tecido conjuntivo fibroso colágeno e a parede dos vasos;
- Degeneração Hialina Intracelular: encontra se substância hialina no interior da célula sob forma de pequenos Grânulos acidófilos, homogênios ou na forma de aglomerados irregulares, resultado da coagulação de proteínas citoplasmáticas e por isso representa grave alteração da célula. Exemplos: Degeneração goticular, Corpúsculo de Russel entre outras.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Hipotermia como causa da Morte Celular

A hipotermia é caracterizada quando ocorre uma queda na temperatura normal do corpo, é o que ocorre por exemplo em pessoas que escalam montanhas congeladas à procura de aventura. A exposição intensa ao frio faz com que o organismo sinta a necessidade de constringir os vasos a fim de reter ao máximo a temperatura do corpo, com isso, a irrigação e o Sistema Nervoso na periferia do corpo (principalmente mãos e pés) ficam prejudicados. Com a irrigação prejudicada ocorre a diminuição dos suprimentos (Oxigênio e etc.), essênciais para o funcionamento normal da célula e na ausência do Sist. Nervoso a célula não receberá nenhum estímulo e elas perdem sua função. Se esse estímulo for reduzido ou cessado existem mais chances de reversão do processo de morte celular (lesão reversível) . Uma vez congelado o membro (lesão irreversível) , a amputação é uma drástica solução, pois implica na retirada da região lesada.

Membro congelado (Necrose Isquêmica)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Trypanosoma cruzi x Homem - Uma questão de Adaptação

Na Doença de Chagas, as formas tripomastigotas desse parasita se abrigam em todos os tipos de tecidos musculares, com maior afinidade pela musculatura cardíaca e lisa. Ao se alojarem nesses locais começam a se multiplicar e a danificar o tecido no qual estão inseridos. Se o paciente não for tratado e essa doença se tornar crônica, uma das características que será perdida pela musculatura é o tônus. Se o parasita aderir na região do Cólon esse por sua vez perderá a capacidade de empurrar o bolo alimentar e acumulará muito alimento dando origem ao Megacólon. Da mesma forma se o parasita aderir-se no Esôfago o paciente desenvolverá o Megaesôfago. Esses dois exemplos evidenciam a adaptação do organismo gerada em resposta a disfunção estabelecida pelo parasita.
Megaesôfago

Megacólon

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Biosensor detecta falta de oxigênio em bebês em gestação

A hipoxia fetal é um pesadelo para mães prestes a dar à luz: o bebê fica sem o suprimento necessário de oxigênio, exigindo uma cesárea imediata. O maior agravante desta situação é que a hipoxia fetal é difícil de ser diagnosticada. Na dúvida, os médicos sempre optam pela retirada imediata do bebê. Como resultado, o número de cesáreas desnecessárias é muito grande.

Agora, médicos da Universidade de Warwick, Inglaterra, criaram um novo biosensor que poderá finalmente dar aos médicos uma ferramenta adequada para o diagnóstico da hipoxia fetal, evitando cirurgias desnecessárias, mas sem colocar o bebê e sua mãe em risco.

Os testes atuais para detecção do problema exigem que amostras de sangue sejam levadas a um laboratório para que os exames sejam feitos. Quase nunca os médicos podem se dar ao luxo de esperar tanto.

O novo biosensor mede o teor de hipoxantina, o principal indicador de que o feto está sem oxigênio, de forma imediata, no próprio consultório médico. Qualquer quantidade acima de 5 micromoles por litro de sangue significa que o bebê está sob sério risco de hipoxia. Valores menores do que este tranqüilizam o médico e a futura mamãe, que poderá esperar pelo parto natural.

Segundo o Dr. Nick Dale, criador do novo teste, o biosensor funciona por meio de uma reação enzimática, gerando um sinal que é proporcional à quantidade de hipoxantina presente no sangue.

Os pesquisadores estão negociando uma parceria com fabricantes privados, para que o novo equipamento seja fabricado em escala e de forma padronizada, para que os testes clínicos possam começar, o que é necessário para que o novo biosensor chegue ao mercado.